BACHAREL DOTOR

Você que perdeu tudo, você que é insensível
Você que já não tem coração
Você que é refratário, um ser quase metálico
Não sabe o valor da emoção

Você não dá ouvidos, é cego, surdo e omisso
Um dia vai bater com a cara no chão
É dono da verdade, conhecedor das leis
Depois não diga que eu não lhe avisei, pois

Vai faltar carinho, vão faltar amigos
Vai faltar gente pra você tirá onda
Vão sobrar espinhos, e um frio que de pensar assombra
Nas sete cidades daquela milonga.

Você defende assassinos, corruptores e marginais
Não acredita em destino
Pagando bem todos são iguais
Fique atento o mundo gira
E a conseqüência vai bater na sua porta
Cuidado com a invertida
Porque aqui se faz aqui se paga...

Vai faltar carinho, vão faltar amigos
Vai faltar gente pra você tirá onda
Vão sobrar espinhos, e um frio que de pensar assombra
Nas sete cidades daquela milonga.

BECOS DA DESILUSÃO

Eu boto fé que vou
Esse jogo eu vou virar
Ainda que a coisa ‘teja feia

Eu boto fé que vou
Esse jogo eu vou virar
Vou com a força de ogum e yemanjá

Não posso mais ver meu irmão passando fome
Queria me entorpecer me alienar
Nas drogas vou desonrar meu sobrenome
Resisto então, desafiando o sistema

Não sigo pelos becos da desilusão
Desobedeço e muitas vezes não tenho razão
Com pecados pagos adiantados é melhor
É o tempo me ensinando a suportar a dor

Eu boto fé que vou
Esse jogo eu vou virar
Ainda que a coisa ‘teja feia

Eu boto fé que vou
Esse jogo eu vou virar
Vou com a força de ogum e yemanjá

Eles e seus carros de “parar pra ver”
Quem sabe no futuro eu também vou ter
Mas que ninguém passe fome pro meu sonho se realizar
Porque a gente quer estar em paz com a nossa consciência